*Priscila Oliveira | Foto de capa: Tião Moreira
Terceira colocada geral no trajeto que contemplou as praias do Flamengo, Leblon, Ipanema, Copacabana e Botafogo, em 2h46min40s. Foi com esse tempo que a atleta e educadora física Amanda Oliveira (Sicoob/Nutrimais/Pref. Mercês) cruzou a linha de chegada e fez história, mais uma vez. O resultado marcou não apenas a estreia da mineira nos 42km, mas o título de melhor brasileira na Maratona do Rio, no último dia 11, na capital fluminense. Uma preparação iniciada ainda no ano passado, compartilhada somente com pessoas muito próximas, que superou lesão e passou até pela Bolívia, em treinamentos específicos de altitude.
“Desde quando o treinador falou que eu tinha que fazer maratona, eu aceitei, porque gosto muito de prova longa, e comecei a treinar certinho. Só que tive uma lesão no pé esquerdo e isso me incomodou bastante. Quando estava quase recuperada, torci o pé direito na Bolívia e consegui treinar bem mesmo praticamente em só duas das quatro semanas que fiquei lá. Isso mexeu bastante comigo e com a minha mente, mas não me deixei abalar. Fiz tudo o que era preciso, os exercícios, colocava gelo etc.”, lembrou.
Amanda chegou a ter medo de encarar o desafio, pensando, inclusive, em desistir. “Pensei muito, refleti e falei para mim mesma que eu conseguiria fazer, por ter bastante bagagem e volume de treino. Decidi correr, mas não fiquei comentando muito por causa de todos esses desafios. Apesar de todos os obstáculos, não tenho nada a lamentar, mas só a agradecer”. Motivação e resiliência não faltaram. “A cada quilômetro que passava, eu sentia a energia daquela torcida maravilhosa e pensava na minha família. Quando cruzei a linha de chegada, não tinha como não me emocionar. Não imaginei que iria tão bem, a ponto de ser a melhor brasileira, mas achei que conseguiria fazer mais ou menos o tempo que eu fiz. Foi algo indescritível, um resultado grandioso e uma emoção que só quem faz uma maratona é capaz de sentir”, enfatizou.
Grata, feliz e emocionada
Para a mercesana, que foi campeã dos 21km no ano passado e também já conquistou outras marcas expressivas na cidade, a relação com o Rio de Janeiro é afetiva, por ser o lugar onde ela correu na elite pela primeira vez, em 2017. “A energia daquela cidade, aquela paisagem… Tudo foi lindo, tudo foi novo e tudo foi aprendizado. O pessoal falava que tem os obstáculos de 35km e 38km, mas eu não senti nada disso. Achei que ia ficar toda dolorida, mas terminei muito bem e percebi que, realmente, vou ser uma boa maratonista. Sei que ainda dá para melhorar muito, muito mesmo, o meu tempo e as minhas expectativas, mas estou muito feliz com o meu resultado”.
Como de costume, ela fez questão de destacar quem a auxiliou ao longo dessa jornada. “Só tenho a agradecer a Deus, por me dar forças, e a todas as pessoas que fizeram esse momento acontecer – meus patrocinadores, família maravilhosa, admiradores e alunos. Foi uma grande conquista para mim e quem está sempre comigo. Ainda bem que eu não desisti, porque foi muito gratificante. Estou muito feliz e emocionada com tudo o que eu vivi naquele final de semana”, comemorou.
Recém-federada à equipe carioca Elite Runners, com a qual foi campeã das provas de 5.000m e 10.000m no Estadual do Rio de Janeiro, no início do mês, a corredora adiantou os próximos passos. Apesar de ter outras provas programadas para as próximas semanas, o foco principal é o Troféu Brasil, entre os dias 6 e 9 de julho, em Cuiabá, no Mato Grosso.