Vice na Pampulha, Amanda Oliveira mira São Silvestre: ‘Para fechar o ano com chave de ouro’

*Priscila Oliveira

A temporada de corridas se encaminha para os instantes finais, mas Amanda Oliveira (Real Mercês/Amanda Oliveira/Camilo dos Santos) já tem motivos de sobra para comemorar. Ganhando cada vez mais visibilidade no cenário nacional, a atleta, que deu as primeiras passadas na modalidade ainda criança, no município natal de Mercês, integrou a seleção brasileira algumas vezes (dentro e fora do país) e chegou ao ápice do rendimento neste ano. Acrescentou a uma galeria lotada de troféus os títulos de campeã da Asics Golden Run SP e RJ, da Meia Maratona do Rio, de melhor brasileira nas Dez Milhas Garoto e, no último domingo, 11, o de vice-campeã da 23ª Volta Internacional da Pampulha, em Belo Horizonte.

Atleta de Mercês foi a melhor brasileira na disputa em Belo Horizonte (Foto: Flávio Handerson)

“A Volta da Pampulha é muito famosa, mas não é uma prova fácil – tem que saber administrar e se concentrar, porque a umidade do ar deixa a corrida mais difícil. Corri no ano passado e fiquei em terceiro lugar, porque aconteceram várias coisas e não consegui encaixar durante a prova. Teve muita superação também, porque corri 4km e parecia que já tinham sido 20km. O corpo estava cansado e não consegui fazer uma boa prova, mas tudo bem, já passou”, lembra.

Aos 25 anos, ela completou o trajeto de 18km em 1h07min40s, numa satisfatória diferença de pouco mais de 1 minuto para a queniana Vivian Kiplagati, bicampeã do desafio (1h06min48s). Consequentemente, foi a melhor brasileira no percurso. “Fiquei muito feliz e realizada com mais essa conquista, e até me emocionei na hora de subir no pódio, porque já enfrentei muitas coisas ao longo do caminho – lesões, críticas, falta de apoio…. Mas, tudo isso me faz crescer cada dia mais, porque é preciso ter muita persistência. Os obstáculos sempre vão surgir, mas é preciso estar com a cabeça erguida para não deixar isso nos abalar”.

Agora, a corredora quer fazer bonito na prova mais importante do calendário nacional (Foto: arq. pessoal)

Pé no chão e muito treino

Apesar de marcas tão expressivas, Amanda, que também é treinadora, faz questão de manter não só o foco, mas os pés no chão. “Este ano tem sido muito produtivo, mas sei que ainda tenho muito a melhorar. Para estar em alto nível, é preciso se dedicar muito e abdicar de várias coisas, porque o treino é que deixa a gente melhor”, pondera. “Só tenho a agradecer mesmo, de coração. A gente tem que ser grato a Deus pela nossa vida e saúde, porque sem saúde não somos nada. Também agradeço sempre às pessoas que estão comigo, que me enviam mensagens de carinho, falando que eu sou inspiração para elas. Isso não tem preço, fico muito emocionada”. E acrescenta: “Ver as pessoas aplaudindo e aquela emoção toda faz a gente querer ir sempre além. Mesmo assim, jamais deixo as minhas origens e as pessoas que me amam de verdade, que são a minha família”.

De volta ao interior de São Paulo, onde passou boa parte do ano se preparando para os desafios, a mercesana inicia uma série de treinos especiais para a disputa mais importante do país – a 91ª Corrida Internacional de São Silvestre, no dia 31 de dezembro. “O resultado na Pampulha me deixa, sim, mais confiante, mas sabendo que é uma prova com nível maior, por conta da premiação, que atrai as estrangeiras mais experientes. Quero fazer uma corrida muito boa e tentar ficar entre as três melhores brasileiras”, antecipa. “Sei que não vai ser fácil, mas nada é impossível. Vou fazer o meu melhor para representar minha cidade, Minas Gerais e todas as pessoas que torcem por mim. Essa é para fechar o ano com chave de ouro”.

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