*Priscila Oliveira
De 30 de março de 1990, quando foi fundada, para os dias atuais, o que não falta para a equipe juiz-forana Super Amigos é história para contar – e ela foi esmiuçada, nos mínimos detalhes, no ano de 2015, numa revista comemorativa às bodas de prata do grupo masculino de atletismo. Esta jornalista que vos fala teve a honra e o prazer de assinar a publicação, que já ficou para a posteridade.
A extinta Corrida da Vitória, no bairro Eldorado, em abril de 90, marcou o início da participação e conquistas da equipe em corridas não só na cidade de origem, mas em várias lugares do país (incluindo diversas provas tradicionais do calendário nacional) e representação até no exterior. Por isso, quando veio a pandemia, o que não faltou foi dificuldade em lidar com as restrições. “Depois de mais de 30 anos nos encontrando semanalmente para treinar, nas corridas, em eventos sociais e festivos, parar foi muito difícil. Alguns atletas ainda insistiram em treinar juntos, porém usando máscara, mas a maioria não se adaptou a esse ‘acessório’ e desistiu. Os que continuaram treinando, treinaram sozinhos”, relata um dos fundadores e coordenador da Super Amigos, Fernando Costa.
O grupo também vivenciou momentos de tensão. “Perdemos nosso amigo Evilázio [Valério] no início da pandemia. Não foi de covid, mas, como não foi possível nos reunirmos em uma despedida à altura do que ele merecia, ficou um vazio enorme. Também tivemos medo quando um dos nossos atletas, que é veterano e um dos fundadores da equipe, contraiu a doença. Apesar de vacinado e muito cuidadoso, ele chegou a ficar em estado grave e deu um tremendo susto em todos nós. Mas, agora está bem e, em breve, estará treinando com o grupo novamente, se Deus quiser”.
Alegria que transborda
Fernando acredita que, apesar de toda angústia, medo de contágio, falta de competições e distanciamento social, a equipe está mais forte do que nunca. “Ficou ainda mais claro para nós, integrantes, o quão importante são a união, amizade, solidariedade, doação, saúde e alegria. E nada disso nos falta! Então, saímos fortalecidos dessa pandemia”, avalia.
O pontapé inicial para a volta à normalidade foi a realização do tradicional encontro de aniversário da equipe. “Nos dois últimos anos, não fizemos nada. Mas, dessa vez, já com a turma toda vacinada e os casos de covid diminuindo, fizemos um treinão comemorativo. Optamos por uma área quase deserta, na zona rural de Juiz de Fora. Ainda não foi dessa vez que todos puderam participar, mas os que foram não economizaram na disposição, alegria e interação”.
Dinossauros?
Equipe das mais veteranas em atividade no estado (e, quiçá, no país), a Super Amigos transborda alegria e determinação com seus cerca de 50 atletas, divididos em três grupos nas disputas do ranking local de corridas, incluindo uma exclusivamente formada por PCDs (pessoas com deficiência). “Apesar da constante renovação que costumamos fazer, a média de idade do grupo continua alta: 48 anos. É uma equipe tão veterana, que alguns amigos atletas, em tom de brincadeira, costumam nos chamar de ‘Dinossauros Corredores’ ou ‘Vovôs das Corridas’. Isso em nada nos aborrece, muito pelo contrário, nos motiva a seguirmos firmes na luta pela manutenção da saúde e do bem-estar, com muito prazer – afinal, não seríamos ‘Dinossauros das Corridas’ se correr não nos desse tanto prazer”, encerra o coordenador.