“Agora é descansar, digerir tudo isso e voltar muito mais forte”, diz Luiz Mauricio após final histórica nas Olimpíadas

*Priscila Oliveira

O atleta Luiz Mauricio da Silva, de Juiz de Fora, encerrou sua primeira Olimpíada sem medalha, mas com resultados históricos para o lançamento de dardo do Brasil.

Aos 24 anos e em pouco mais de trinta dias, quebrou o recorde sul-americano duas vezes: a primeira no Troféu Brasil, quando lançou 85.57m, garantindo vaga em Paris; e a segunda, já no próprio Stade de France, na manhã da última terça-feira, 06, após marcar 85.91m e se qualificar para a final da competição – o que não acontecia com um lançador brasileiro há mais de nove décadas.

Na tarde desta quinta-feira, 08, ele voltou à casa do atletismo na capital francesa, tendo pela frente alguns dos ídolos do esporte na atualidade e três chances de seguir para a fase decisiva, em busca do sonhado pódio olímpico. No primeiro lançamento, fez 80.67m e assumiu o quinto lugar entre os doze classificados. No segundo, passou para a décima posição com 78.67m. Já na última tentativa, imprescindível para avançar, queimou. O mineiro terminou a competição em 11º lugar no quadro geral, igualando a colocação do compatriota Heitor Medina em Los Angeles 1932.

Em Paris, juiz-forano bateu recorde sul-americano de novo e colocou o Brasil na final do lançamento de dardo, após 92 anos (Foto: Alina Smutko/Reuters)

Mesmo com um desempenho abaixo do planejado, ele não deixou de exaltar esse momento da carreira. “Foi uma prova fantástica. O oitavo ficou com 84 [metros], então, foi uma prova muito forte e de quem errava menos. Era para sair PB [melhor marca pessoal], mas eu não consegui entrar no ritmo da prova e queimei o melhor lançamento”, disse ao Sportv.

‘Trabalhar para melhorar’

O paquistanês Arshad Nadeem estabeleceu novo recorde olímpico (92.97m) e ficou com a medalha de ouro, enquanto o indiano Neeraj Chopra (89.45m, grande favorito) terminou com a prata e o granadino Anderson Peters (88.54m) foi bronze. Eles ocuparam as primeiras posições da qualificação, à frente do juiz-forano, que havia terminado em quarto. “Agora é aproveitar esse momento único, que são os Jogos Olímpicos, descansar, digerir tudo isso e voltar muito mais forte para as próximas competições. Competir mais junto com eles lá fora, na Europa. Trabalhar para melhorar e, quem sabe, estar acima dos 90 metros, nesse seleto grupo”.

Luiz Mauricio Dias foi iniciado no atletismo através do projeto de extensão CRIA UFJF, onde permaneceu até a pandemia. Desde então, treina na Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx), no Rio de Janeiro, onde é 3º Sargento.

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